segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Faz de Mim um Passarinho da Próxima vez?

Acho que levarei você através do infinito dos meus dias...
Até o momento em que lentamente,
A morte tomar-me em teus negros braços,
E embalar-me, feito criança,
Cantando uma bela canção de ninar próxima a minha face,
Com seu hálito frio e pútrido,
Que a muitos atormenta e que a muitos amedronta...
*
Oh amiga morte...
Demorarás quanto tempo até nosso sublime encontro?
Pois sim, esta esperada dor livrar-me-á de tamanha tormenta...
Que tristeza viver a caminhar por entre ruas escuras e despenhadeiros,
Tropeçando por entre pedras,
Endurecendo os pés, enrijecendo a alma,
Já tão castigados, outrora, pela incansável quimera da vida...
*
Bendito os que o hálito pútrido da morte beijou,
Enlaçando-se em seu cobertor fosco,
Que retirará dos meus olhos o brilho da luz...
Que transbordará sobre mim o algor do peito meu...
Que sugará o rubor de minha boca...
Que me transformará de novo em ciclo...
*
Ciclos em cadência...
E depois de minha partida,
Para a Terra da minha então amiga morte,
Recebo novamente bilhetes de sorte,
Mandando-me de volta para casa,
De novo, para o maravilhoso caos da vida...
*
O ar inspirado de volta pelo criador,
Regenera-me em um ser íntegro novamente...
Amigo Criador...
Não me faz tão gente, de novo assim...
Deixa-me sentir a vida irracionalmente...
Aceitando os bons ventos e os bons frutos,
Que condicionar-me-a a perceber na natureza...
*
Criaste-me sob sua semelhança,
Fui ferida, fui sofrida...
Fez de mim fruto perfeito de sua criação,
Desvalorizada, subestimada..
*
Faz-me então passarinho da próxima vez,
Para que eu não pouse sequer próximo ao meu amor,
Para que eu viva sempre, a inverter-me em caminhos longínquos,
Longe de toda a tristeza e pesar de ser gente pensante.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

tum-tum? juraaa??

Hoje
Meu
Coração

de
Folga
Ele
Foi
Alí,
Passear
e
Rir...
*
Quando
Ele
Voltar,
Vou
Dizer
Que
O
Passeio
Muito
Bem
Lhe
Fez..
*
Viu, coração?
*
tum-tum tum-tum tum-tum tum-tum tum-tum

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Mais que surpresa...

Não sei de onde vem,
Sentimento puro e fresco,
Que me surpreende o peito,
Nessas doces alvoradas,
Que ando a videar...
*
O passaredo já cedinho,
Vai fazendo o barulhinho,
De vida pura levantando...
Pois pura sim parece ser,
A vida do passarinho...
*
Passarinho que voa solto,
Muito perto do incerto...
Precisa de alento, carinho e discernimento,
Pois a vida é preciosa,
E precisa ser honrosa,
E precisa ser feliz....
*
E eu que nunca quis,
Acreditar no passarinho,
Por ouvir deveras vezes
Cantigas a seu respeito,
Sinto-me doer o peito,
De remorso e alegria
Por ter-te pensado mal e
Por ver-te todo dia...

sábado, 13 de outubro de 2007

dark love, let's go baby

Sabia-se que o caminho era inseguro... Era impossível ver além do nevoeiro... A sensação de frio era intensa, e os sons que os ouvidos podiam captar, eram sons de arvores revoltas, que moviam-se, parecendo quase estar vivas... O vento também sussurrava forte, avisando-me os perigos de onde andava... De repente, águias surpreenderam-me ferozmente e com um galho tentei afastá-los para longe dos meus olhos... Sim, essas águias nutriam-se de olhos humanos... Na fuga desesperada, acabei entrando em uma gruta... Uma fina camada de água fazia da gruta um lugar mais aquecido.. Água aquecida pensei... Uma cisterna de água, onde possivelmente abrigue algumas vidas... As paredes da gruta tornavam-na um pequeno ambiente aquecido no meio daquele gélido e ameaçador inferno que eu me deparara minutos antes.. Acendi meu isqueiro bic na tentativa de encontrar algum montinho que me servisse de apoio naquela tórrida noite... E o único monte visualizado por esses meus olhos disputados por águias, foi um monte de corpos mutilados e sangrentos...
****

Deus.. Será este o meu fim? Terrível fim terei esta noite... Devia ter escutado o vento, que uivou detalhes em meus ouvidos e eu insensível, nem sequer atenção lhes concedi... Uma claridade de repente, cegou-me... Luz deveras forte... Tão forte que ensurdecia tamanha dor captada pelas íris... Dor ensurdecedora... Gritei muda, arranquei os cabelos... De que adiantaria desespero quando não se sabe o q acontecerá? Em algumas situações, a vida é deveras dura, tanto quanto a claridade... Impõe-lhe situações que por mais dolorosa que pareçam, são proveitosas, instigantes... Faz-te sentir-se vivo... Viver sem sentir o peito doer é triste... Pela dor, reconheces o amor... E valoriza passos inseguros que um dia ousastes pisar... Isso serviu-me de ânimo... E resolvi enfrentar tal fera, que mutilava e comprimia humanos a pó...
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Respiro fundo.. Senti o mundo... Tenho liquido quente que circula pelas veias... Sinto essa circulação... É ritmada... Compassada... Carrego bomba biológica em mim... Bomba mecânica... Forte e vermelha... No meu plexo solar explode luz... Emana... Do fundo de mim.. Luz clara e amarela... Fagulhas em tons vermelhos ilustram as pontas das chamas... Por que elas parecem estrelas... As fagulhas... Fagulhas estreladas em partes de mim, emanadas por mim, produzidas por mim
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Sou a força de que preciso.
Sou a luz de que preciso.
Tenho em mim ações e intenções.
Tenho em mim vontade e querer.
E agora, ninguém mais vai poder,
Reduzir-me a vapor,
Oferecer-me outra dor,
Tirar-me amor...
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Protegida pelo escudo em broquel que parí,
Vivo agora a tentar entender o que pedí,
Aos céus no instante em que achei: - ah hoje morrerei...
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Pedí aos céus meus amigos,
De novo, um bom teto, um abrigo,
Protegido de ventos uivantes,
De crateras, rochosas e fervilhantes,
De corpinhos mutilados, coitados...
****

Pedí aos céus consciência,
Que me tire da vida a demência,
De tratar o amor como um chão.

sábado, 6 de outubro de 2007

Sentidos ao Vento (olhos fechados e sopre bem!)

Os novos laços,
Primeiros, depois de muito;
Iniciaram-se ao léu.
Por força do acaso,
Por querer do destino...
***

Encheu-me de fagulhas,
Sem pretensões, sem corações...
Repleta de sentidos,
Tato, gosto, cheiro...
***

Muito mais notável, que qualquer palavra não dita, amor..
Ou mal-dita..
Maldita?
Mal ditas, são palavras que o vento leva..
***

Os sentidos? Aqui estão..
Acumulados, resguardados,
A espera da efervescência de que se espera,
De todo e qualquer caso de amor,
Mal arrumado,
Mal alinhado,
Mais repleto de cheiro bom,
De gosto bom,
E de sintonia carnal, quente e sólida como um bom aperto de mão.